Alexandre subiu o morro de Toro Ultra, chegou aos pares de milhões de seguidores na internet. Alexandre ganhou o carinho do país inteirinho, ganhou o afeto daqueles que eram seus ídolos. Babu saiu do BBB com muita coisas boa nas mãos, mas o protecionismo do mercado não é uma delas.
Alexandre fez novelas na Rede Globo, não tem uma credencial qualquer. Filmes, curtas, séries. Testou-se em tudo e destacou-se aos montes. Como Tim, marcou sua mudança de patamar sentido ao protagonismo. Sabemos, no entanto, que questões que não dizem respeito à sua competência, mas à sua aparência, o fizeram derrapar no trajeto.

Preto, gordo, cabelo ruim, eles não dizem, mas pensam. Favelado, Babu ostenta, mas sabe o preço que paga pela raiz que defende – lindamente. No BBB, desempregado e desabonado, chegou na defensiva contra os ricos, bonitos, modernos e sarados. Logo, desnudo do medo, espalhou sua essência brilhante, amável, sagaz, familiar e sofrida. Um combo tão brasileiro que o país, ao menos o que se move pelo coração, abraçou quando se notou refletido.
Saiu de lá com as mãos longe do milhão, mas sabia que as dívidas se pagariam pela genialidade que morava abaixo do pente-garfo. Alguns dias mais tarde, o Paizão, como não seria diferente, fez um post discreto, de emoção evidente no silêncio, com o crachá do Grupo Globo em mãos e a certeza que a favela subiu ao Projac, e pela segunda vez.
Alexandre é mais que a história com Prior, que a briga por comida, que tudo o que ficou no entretenimento da reclusão. Babu é um poço de cultura no país da aculturação. É, também, esperança entre as estatísticas. Por fim, é uma lição de tudo o que nos falta. Ao menos nessa história, o bem venceu.
Sorte nossa. Babu vive.
