Assista ao comentário de Chico Barney no FALA Y FALA.
Quando o assunto é BBB, Chico Barney aparece com notável destaque, mesmo sem jamais ter participado de uma edição do reality-show brasileiro. O colunista do UOL, amante da cultura popular e analista de TV, é conhecido por sempre palpitar, no início de cada edição, sobre quem vai ser o campeão. No BBB 20, sua aposta, a cantora mineira Gabi Martins, passou longe da final. Mas isso é história para outro post.
Seja no podcast, no Twitter ou nas suas colunas sempre bem pontuais, Barney muitas vezes vai na contramão dos anseios do povo. Como, por exemplo, ao escrever que Babu Santana não tem a menor chance de vencer o BBB. Em outra coluna, antes da prova do líder da última quinta-feira, Chico listou 5 motivos para Mari Gonzalez vencer o reality.
Seja no jogo ou na vida real, se posicionar é importante, mas traz muitos dissabores, ainda mais em na realidade binária do Brasil. Convidado do FALA Y FALA, programa do GRANDE PRÊMIO —site parceiro do Ultra POP — exibido na última quinta-feira, Chico Barney fala justamente sobre como lida com o radicalismo dos fandoms nas redes sociais justamente diante de um tema que, teoricamente, deveria servir para divertir e entreter as pessoas.
Babu e Mari voltando de um mesmo paredão, ainda mais contra a Gizelly… As coisas estão melhorando, Brasil. Vamos nos unir.
— Chico Barney (@chicobarney) April 15, 2020
“Nesse ano, tenho uma vida de ex-BBB que nunca concorreu ao R$ 1,5 milhão. Só fiquei com a parte ruim da história, que é ser xingado na internet. Mas tudo bem, me divirto mesmo assim [risos]. Tem um público cada vez mais novo, muito viciado no culto à personalidade, a molecada que é fã de qualquer coisa, fã de cantora, fã de jogador, e não se acostumou, impressão minha, com a leitura, com a análise da coisa. E eles acham que tudo que não é um elogio é uma ofensa. E não é verdade”, explicou.
“São pessoas que estão cada vez mais radicais. Ou você está completamente alinhado a elas ou então é um inimigo mortal. Parece que estou falando de Bolsonaro e Mandetta, mas falo de Pyong Lee e Manu Gavassi. É uma seriedade, uma gravidade em bobagens absurdas que fico um pouco triste. Para onde isso vai? Vai acabar o BBB, vai acabar o campeonato, e onde essa galera vai extravasar esse ódio, esse nervosismo e essa falta de disposição de se emocionar menos”, disse Chico, que lembrou um exemplo de como é possível conviver bem com o diferente.
“Sempre odiei o Diogo Mainardi. E não perdia nenhuma coluna dele na Veja, achava bem escrita. Cheguei a ter o livro dele. Achava interessante. Até mesmo na nossa formação como indivíduo, a gente precisa ter o conflito, ter o outro ponto de vista. E hoje, cada vez menos, os mais jovens estão conseguindo consumir isso de uma forma pacífica. Acho que está tudo mal resolvido na cabeça da garotada”, concluiu.
