Nos últimos dias tem acontecido uma tentativa de ressignificação da bandeira nacional nas redes sociais. O verde e amarelo ficou muito ligado à extrema-direita desde os protestos contra a presidenta Dilma Rousseff e segue sendo usado pelos simpatizantes de Jair Bolsonaro.
Primeiro foi a Folha de S.Paulo que lançou uma campanha chamada “use amarelo pela democracia”. Na última quarta-feira o youtuber e empresário Felipe Neto compartilhou um vídeo pedindo para que as pessoas voltassem a se vestir e a se identificar com as cores da bandeira. “Convido a todos a assumirem a bandeira do Brasil em seus nomes e suas vidas, nessa campanha nacional, apartidária”, tuitou.
O debate sobre os símbolos nacionais é longo e polêmico. Alguns acham importante o resgate do orgulho da bandeira, de cantar o hino e de vestir a camisa da Seleção sem ser confundido com um bolsonarista. Outros não ligam e até preferem ficar longe dessa combinação.
A explicação das cores da bandeira que geralmente ouvimos na escola é que o verde significa as matas e o amarelo, o ouro e as riquezas do país. Acontece que essa interpretação é relativamente recente e surgiu após a proclamação da República em 1889. Originalmente, o verde significava a cor do brasão da Família Bragança, de D. Pedro I, e o amarelo era em homenagem ao brasão dos Habsburgo, família a qual pertencia a primeira esposa do imperador, a Imperatriz Leopoldina, que nasceu na Áustria. O azul representa o céu do Rio de Janeiro na noite de 15 de novembro de 1889.
Acontece que, se a bandeira fosse representar mesmo o nome do país, a cor predominante teria que ser outra: o vermelho. O Brasil tem esse nome por conta do pau-brasil, árvore que existia aos montes no país quando os portugueses aqui chegaram. Lilia Schwarcz e Heloisa Starling em “Brasil: uma biografia” (Cia das Letras) explicam que: “tanto a madeira como o corante eram conhecidos por diferentes nomes – ‘brecillis’, ‘bersil’, ‘brezil’, ‘brasil’, ‘brazily’ – sendo todos derivados do nome latino ‘brasília’, cujo significado é ‘cor de brasa’ ou ‘vermelho'”.
